Entre as 20 cidades que compõem a Região Metropolitana de Campinas (RMC), o município sede foi o que mais recuperou áreas de floresta de Mata Atlântica nos últimos 30 anos. A conclusão é do Atlas de Remanescentes Florestais divulgado este mês pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Foram 306 hectares regenerados na RMC, dos quais 136 hectares em Campinas entre 1985 e 2015. Os avanços se intensificaram na última década. Em 10 anos, a cidade ampliou em 7,9% a área com vegetação de Mata Atlântica e hoje tem 2,193 hectares, que representam 3% do território original. Em 2005, a Mata Atlântica ocupava 2,29% da área autêntica.

A Prefeitura, por meio da Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, incentiva a ampliação das áreas de mata para que elas se tornem produtoras de água. Para isso, criou o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais, o PSA. Na prática, o programa vai oferecer apoios técnico e financeiro aos proprietários de áreas ambientais (rurais ou urbanas) para recuperar, melhorar, preservar e realizar manutenção para proteger as nascentes.

Para receber o benefício, os proprietários de áreas ambientais devem se cadastrar no programa. Técnicos da Prefeitura fazem uma avaliação da propriedade e definem qual tipo de incentivo eles vão receber; em dinheiro, valor mínimo é de 250 UFICs (Unidade Fiscal de Campinas), cerca de R$ 830,00, ou apoio técnico no plantio de mudas, caso a área esteja degradada. O PSA é financiado pelo Proamb (Fundo de Recuperação, Manutenção e Preservação do Meio Ambiente).

Entre as áreas públicas de Mata Atlântica preservada, a Mata de Santa Genebra, em Barão Geraldo, administrada pela Fundação José Pedro de Oliveira, tem sido espaço para inúmeras pesquisas voltadas à conservação da fauna e da flora. Além de acompanhar todos os processos de pesquisas desenvolvidas no local, a Fundação, autarquia ligada à Prefeitura de Campinas, também garante que acessos e trilhas estejam em bom estado para uso do pesquisador.

Segundo o presidente da Fundação, Thiago Ferrari, a Mata de Santa Genebra atrai diferentes frentes de pesquisa e entre os objetivos da Fundação está a ampliação das parcerias com universidades. “O trabalho que os pesquisadores desenvolvem é muito importante, porque amplia o conhecimento sobre a riqueza que este pedaço de floresta representa e os cuidados que devemos ter com sua conservação”, afirmou. “Pretendemos ampliar ainda mais este espaço e atrair outras frentes de pesquisa”, concluiu.

 

ONÇA

Prova viva da conservação do local, uma onça e seu filhote foram flagrados no início deste mês por câmeras de monitoramento instaladas na Mata de Santa Genebra (veja vídeo abaixo). A imagem mostra a mãe chamando pelo filhote, que na sequência surge apressado. O registro foi comemorado pelos técnicos que atuam na reserva. “A presença dos animais é um atestado do equilíbrio do ecossistema local e reforça a necessidade urgente da implantação de corredores ecológicos para ligar matas e fragmentos para a circulação da fauna”, disse Ferrari.

 

Fonte: G1

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