A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) iniciou a discussão sobre a construção de um Centro Regional de Meteorologia que irá atender toda a região. A medida será possível a partir da aquisição de um radar meteorológico avançado, avaliado em R$ 3 milhões. O equipamento está previsto para ser instalado no campus da universidade, em Campinas, até o final deste ano. 

Ao todo a ação tem o apoio de 20 prefeituras da RMC (Região Metropolitana de Campinas) e da Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas). As reuniões sobre a instalação do centro já começaram.  

O Centro, será uma unidade de referência para o fortalecimento da área de previsão do tempo, de estudos das mudanças climáticas e eventos extremos. O novo radar é um biosensor que comporá um grupo de equipamentos que já estão no Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura).
 
Além do potencial do sensor, o importante é que se trata de construir um centro de referência para o fortalecimento da área de previsão do tempo e de estudos das mudanças climáticas e eventos extremos, inserindo a universidade na RMC por meio da pesquisa, ações educacionais e prestação de serviços , disse a pesquisadora do Cepagri, Ana Ávila.

Para a pesquisadora, o radar vem como complemento essencial para construir a ideia de prevenção diante de eventos intensos, que devem ocorrer com mais frequência no futuro, como indicam os dados sobre mudanças climáticas. O sensor tem capacidade de captar a chuva a partir da gota que começa a cair, o que permite acompanhar a formação e o deslocamento desses eventos, e atuar juntamente com a Defesa Civil de cada município para mitigar as perdas. A proposta de criação de centros regionais de meteorologia vem desde a década de 1980, sendo que algumas tentativas já ocorreram no Estado de São Paulo. Mas este centro, com esse sensor e nesse contexto, é bastante inovador no país.

SOS CHUVA

O radar em fase de aquisição vem para substituir outro semelhante, que foi instalado em frente ao Museu Exploratório de Ciências em outubro de 2016, dentro do projeto temático SOS Chuva, financiado pela Fapesp. Segundo Teresa Atvars, professora e coordenadora da CGU (Coordenadoria Geral da Universidade) o SOS Chuva prevê que este radar fique por dois anos em cada instituição participante, prazo que expira em agosto. No entanto, decidimos que a Unicamp tivesse um radar de modo permanente, pois o Cepagri exerce uma atividade essencial assessorando a Defesa Civil das cidades da região. Identificamos possíveis agências de financiamento e, como já temos grande integração com a Agemcamp, esse diálogo era natural. Fizemos reuniões no âmbito da CGU, PRP, Cepagri e também com o reitor Marcelo Knobel, que resultaram na proposta aprovada pelos prefeitos da Região Metropolitana.

Teresa Atvars explica que o radar é importado, produzido por encomenda devido aos sistemas complexos e caros, e cuja aquisição está sendo viabilizada graças à parceria com a Agemcap e, particularmente, aos esforços de Ester Viana, diretora executiva da agência. Tudo está muito bem encaminhado e, além disso, não vamos partir do zero, pois o radar instalado atualmente é muito similar e o pessoal técnico já está habituado com o sistema, coleta e monitoramento de dados. O projeto é bastante integrador e esperamos responder bem a demandas específicas da sociedade. A ideia é que a Unicamp seja um polo regional na área de clima.

SISTEMA INTEGRADO

De acordo com Ana Ávila, o novo radar é um biosensor que comporá um grupo de equipamentos que já estão no Cepagri. Temos uma estação meteorológica com quase 30 anos de dados históricos, hoje instalada no Museu de Ciências, bem próximo à área do radar. Temos também uma antena de recepção de imagens de satélite e modelos numéricos de previsão de tempo, o GeonetCast, que recebe as imagens de última geração do Goes, lançado em dezembro de 2017 esses dados, inclusive, já podem ser acessados na página do Cepagri.

*AcidadeOn

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